quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O Imaginário


Em uma entrevista para a Folha de São Paulo, quando questionado sobre trabalhar em colaboração com designers, artistas e músicos, Stefan Sagmeister disse achar lindo quando eles são mais espertos, pois significa que vai aprender algo. Ele disse também que alguns pensam que o trabalho do designer é fazer o que quiser, enquanto outros querem realmente colaborar e serem parceiros e que, basicamente, prefere isso.

O que Sagmeister disse sobre parcerias pode se aplicar muito bem a clientes e isso foi o que percebemos durante nosso trabalho com O Imaginário, um laboratório de design da Universidade Federal de Pernambuco, que atende demandas relacionadas às produções artesanal e industrial, envolvendo estudantes, professores e técnicos de diversas áreas de conhecimento e, integrando à extensão, os segmentos de ensino e pesquisa.


Em dezembro de 2007, fomos procurados pelos designers do então Imaginário Pernambucano para fazer o redesign de sua identidade visual. A antiga foi criada numa época em que seu trabalho era muito focado na produção artesanal e tinha características muito vernaculares. Com a intenção de entrar mais forte na demanda industrial e atingir mercados fora de Pernambuco, o nome mudou para "O Imaginário", como já era chamado e conhecido por todos.

A princípio, ficamos um pouco confusos com o convite, afinal O Imaginário é formado por uma equipe de excelentes designers, muitos dos quais estiveram na faculdade na mesma época em que nós, além das professoras Ana Andrade e Virgínia Cavalcanti, também nossas professoras na UFPE. No entanto, logo na primeira reunião nos foi explicado que todos estavam muito envolvidos no projeto há muito tempo e tinham uma relação muito carinhosa com a identidade visual da época. Não é tão simples analisar e modificar sua cara quando você se vê por dentro.

Logo de inicío este se mostrou um trabalho totalmente diferente. O briefing foi o mais genial que recebemos até hoje. Além das informações básicas sobre a empresa, cada funcionário fez uma apresentação sobre sua visão pessoal do que era o Imaginário Pernambucano. Recebemos foto, vídeo, música e texto. Tudo era uma grande salada, misturada e temperada com muito sentido e amor. Foi assim que aprendemos, por exemplo, que apesar do artigo, O Imaginário é feminino.

Começamos então o nosso trabalho cheios de empolgação e levados pela alegria e pelo envolvimento da equipe. Começamos pela tipografia, abandonando de vez a irregularidade e o traço artesanal, desenhando um lettering exclusivo, mais moderno e representativo dessa nova fase do laboratório. No entanto, não podíamos esquecer que esta nova identidade deveria ser um redesign da primeira, ou seja, teríamos que manter elementos que tornassem possível o reconhecimento de uma identidade na outra. Com alguns redesigns na história da mooz, podemos dizer que não é uma tarefa muito simples.

Decidimos manter então dois elementos fortes, que deveriam realizar bem esta tarefa: o olho e a cor. O laranja sofreu uma pequena alteração, ficando mais avermelhado e vivo, menos parecido com o barro. Esta continuou sendo a cor principal, como é possível ver nas assinaturas e aplicações, mas ganhou apoio do cinza, do bege e de um verde bem cítrico. Já o olho sofreu uma transformação total no início, ganhando um grafismo por trás, e foi aí que erramos.

Na primeira reunião para apresentar o projeto, mal conseguíamos esconder o nervosismo. Eram mais de 10 designers ansiosos, com os olhos brilhando, curiosos e temerosos ao mesmo tempo. Mas mal começamos a mostrar as primeiras telas e a aprovação dos olhares e sorrisos tornou tudo natural e tranquilo. Muito foi dito e considerado por todos, muitas dúvidas e hipóteses levantadas, mas o lettering encantou a todos e apenas um elemento foi considerado incorreto: o olho. Este novo desenho era muito feminino e oriental. Muitos chegaram a considerá-lo místico.

Começou então uma maratona de desenho de olho. Não acho que temos uma idéia exata de quantos fizemos, mas nunca parecíamos chegar lá. Foi só quando voltamos ao desenho que eles usavam e trabalhamos em cima de suas formas simples, mantendo inclusive os cílios, que alcançamos o resultado ideal. A partir daí, toda a equipe já estava apaixonada pela marca e louca pra sair fazendo caneca no forno novinho de Germannya.

Nessa época, nossas reuniões se tornaram bastante frequentes e demoravam algumas horas a mais que o esperado, pois era inevitável entrarmos em discussões sobre o mercado de design, planejamento, produtos, comunidades e por aí vai. Cada reunião era como participar de um grupo de estudo e discussão, onde sempre saímos empolgados para fazer e saber mais.

Tudo isso provavelmente influenciou bastante no resultado final deste trabalho. Juntos, transformamos os elementos da marca em padrões e ilustrações; criamos uma papelaria belíssima e original, incluindo uma pasta exclusiva com uma faca de corte incrível; descobrimos que impressão holográfica na verdade se chama impressão lenticular e que, infelizmente, não é muito viável para fazer em Recife; apostamos numa piscadinha descontraída; planejamos ações e tornamos possível o lançamento da nova identidade visual em uma linda exposição durante o Pernambuco Design 2008, no Paço Alfândega.












Este foi sem dúvida um dos projetos mais queridos da história da mooz e queremos agradecer a todos: Ana Andrade, Virgínia Cavalcanti, Guilherme Luigi, Germannya D'Garcia, Glenda Cabral, Felipe "Paulista" Soares, Vinícius Botelho, Erimar Cordeiro e Zélia.

Este projeto está fazendo aniversário e continua em andamento. Pena que vai acabar logo, mas sei que muitas parcerias vão brotar dessa relação.

Baixe wallpapers aqui.






Acesse o hotsite: www.oimaginario.com.br

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Julien Vallée


O designer canadense Julien Vallée faz fantásticos trabalhos tridimensionais em papel. Além do resultado final belíssimo, todo o processo de produção é inspirador. É possível ver fotos e vídeos do making-of em seu site. A imagem acima é de um trabalho para a MTV-One, da Inglaterra. Abaixo, fotos do processo e um cartaz de uma exibição.




domingo, 16 de novembro de 2008

Linzie Hunter


Os cadernos de tipografia da designer Lizzie Hunter são incríveis. Mais uma daquelas coisas que dá vontade de sair imitando na hora. Eu tenho 2 cadernos em branco... quem sabe.







Mosh Pit


A fotógrafa Janine Gordon fez uma série de fotos de roda, dança e mosh em shows de rock. Ela descreve esses momentos como algo tribal, quase sempre violentos e extremamente subculturais. Uma maravilha. Quem já se meteu na onda sente até saudade.






Fan Posters

Tentei em vão rastrear a origem dessa série de pôsteres que achei no FFFFOUND!, mas vale a pena postá-los mesmo assim. São pôsteres dos filmes Os Incríveis e Ratatouille, bem humorados e com ilustrações muito bacanas.

O estilo das ilustrações e da tipografia lembra muito os cartazes de cinema dos anos 60, embora sejam, obviamente, muito mais modernos.