Abaixo, um texto postado em 11 de agosto:
"Desde cedo encantada com as palavras, eu já comecei a vida vangloriando-as. Não seria de se estranhar se o primeiro som proferido pela minha boca – em vez do tão comum “mamãe” – tivesse sido “palavras” (assim mesmo, no plural).
Foi de tal modo que, pouco a pouco, passei a empreender uma busca incessante por elas. Egoísta, queria conhecer e experimentar toda e qualquer palavra que me aparecia pela frente… experimentar, claro, porque apenas ler definições de dicionário não me fazia sentido algum.
Fui descobrindo, pois, os gostos e desgostos de um sem número de palavras. Descobri o que era amizade, amor, serenidade, loucura e tantos outros vocábulos. A partir deles, todas as pessoas, todos os acontecimentos, todos os sentimentos, tudo ao meu redor era prontamente transformado em narrativas e descrições, tudo era logo rotulado com meia dúzia de palavras.
Hoje, no entanto, não consigo me satisfazer com elas: é como se de repente as palavras deixassem de tanto importar. Talvez porque agora a vida se mostra complexa demais para ser apreendida por unidades tão mínimas. E nem mesmo milhões de palavras conseguem, sequer incompletamente, dar conta de uma existência emaranhada.
Este texto, ele próprio, é incapaz de traduzir o que se passa de verdade por aqui. Não serei leviana o suficiente para continuar, de tal maneira, insistindo no erro da verbalização. Deixo, então, apenas o meu silêncio…
(Reticências sem fim, por favor)."
2 comentários:
Nossa, vim aqui agradecer pelo teu comentário no meu blog e a surpresa agradável acabou sendo minha!
Já há algum tempo que venho entrando silenciosamente n'A prancheta a indicação do meu namorado (que é designer e acompanha o trabalho da mooz também em silêncio). Pode ter certeza que o encanto do lado de cá é ainda maior.
Muito obrigada pela indicação e pelo carinho.. e espero te encontrar mais vezes, aqui e lá.
Um beijo.
Eita, gostei mto do texto!!
Ótimo achado!
Bjos!
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