Desde que ouvi falar em Saul Bass, na faculdade, fiquei completamente viciado em créditos de filmes. Durante um bom tempo eu quis mesmo trabalhar com isso. Se eu tivesse conhecido o site The Art of the Title Sequence naquela época, acho que teria pirado.
Através de uma indicação feita aqui no blog (por isso talvez alguns de vocês já tenham visitado), descobri esse site sobre créditos de abertura de filmes e seriados, que mostra algumas das mais incríveis sequências da história do cinema. Tudo devidamente criticado e comentado, muitas vezes comparando filmes diferentes. Cada abertura é apresentada com stills e é possível assistir em vídeo também.
Na faculdade eu fiz um extenso trabalho de análise sobre a abertura de Magnólia (Magnolia, 1999), que não está no The Art of the Title Sequence. Vou ver se faço um resumo para colocar aqui.
Apenas para dar um gostinho, separei imagens de algumas das minhas aberturas favoritas, mas tem muito mais aqui.
Créditos de abertura:
Um corpo que cai (Vertigo, 1958)
Seven - Os 7 crimes capitais (Se7en, 1995)
Durval Discos (2002)
O senhor das armas (Lord of War, 2005)
Juno (Juno, 2007)
Prenda-me se for capaz (Catch me if you can, 2002)
Créditos de encerramento:
Os Incríveis (The Incredibles, 2004)
Desventuras em série (Lemony Snicket's A Series of Unfortunate Events, 2004)
O ano ainda não acabou, mas acho que chegou a hora da retrospectiva. Eu confesso que sou fã das listas de melhores disso e daquilo do ano e (por que não?) resolvi também fazer a minha. Diferentemente do que costumo ver por aí, resolvi ser um pouco egocêntrico e citar o que rolou de melhor em 2008 n'A Prancheta, além de algumas curiosidades. Então vamos ao que interessa.
Este foi um dos primeiros posts que fiz detalhando o processo de criação de um trabalho da mooz. Nele mostrei desde os primeiros rabiscos até as fotos não trabalhadas e tudo que levou ao resultado final. Considero esse um dos "tipos" de post mais importantes do blog e Rivotrill com certeza é o meu favorito.
Qualquer pessoa que acompanhou minimamente o blog ou meu flickr este ano sabe que meu grande projeto pessoal foram os ensaios P&B, que estou fazendo desde 2007. Por isso, aqui não poderia ter um resultado diferente.
Este foi o post em que expliquei o projeto e contei com detalhes como ocorreram 7 dos meus primeiros ensaios, além de mostrar as melhores fotos.
Os toys da designer pernambucana Fátima Finizola foram uma das minhas grandes descobertas desse ano. É um trabalho de incrível qualidade feito aqui mesmo em Recife. Merece a décima posição.
Este é o único item desta lista que não conheci em 2008. Eva Duarte já é parceira da mooz desde maio de 2007, quando trabalhamos juntos no DVD da Nós4. Mas foi apenas este ano que fiz um post comentando e indicando suas dobrinhas. Eva com certeza é top 10.
Um dos melhores filmes que assisti este ano. Lindo, simples e delicado. Direção de John Carney e música de Glen Hansard e Market Irglova (protagonistas do longa). Assisti há poucos dias e fiz o post ontem. Não podia ficar de fora desta lista.
O blog ..mais do mesmo.., de Outra Carol, foi a maior surpresa deste ano. Cheguei lá do nada e nunca mais abandonei. Seus textos são um verdadeiro deleite.
Este foi meu primeiro post sobre fotografia no blog. Marlene Marino me encantou com seus nus, seus retratos íntimos e sua naturalidade. Quase um ano depois, ela continua marcando presença entre os melhores.
Esta foi a primeira indicação que fiz no blog (foi o terceiro post) e fico feliz de ter começado com chave de ouro. Além do filme espetacular, com direção de Jason Reitman e roteiro de Diablo Cody, a trilha sonora é imbatível. Para ler ouvindo "Anyone Else But You".
Mais um fotógrafo e amante da nudez. Além de capturar as situações mais loucas nos momentos perfeitos, Ryan consegue as melhores cores que já vi. Terceiro lugar merecidíssimo.
As melhores ilustrações que descobri esse ano são da americana Hope Gangloff. Guardo todos os seus desenhos como uma grande referência e trago até hoje um deles como meu avatar no MSN.
Este documentário de 2006 sobre os suicidas que pularam da Golden Gate no ano de 2004 me marcou profundamente e é a indicação mais importante que fiz até hoje n'A Prancheta. Acho que todas as pessoas do mundo deveriam assistir a este maravilhoso e esclarecedor filme de Eric Steel.
Convidar 9 amigos para darem suas indicações n'A Prancheta foi mesmo a melhor idéia que tive para o blog neste ano. Pretendo repetir a fórmula nos posts 200, 300, 400...
Post que eu me arrependo de não ter feito: ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Fiz um post sobre o trailer do filme mais esperado do ano (pelo menos por mim) e acabei não escrevendo nada sobre o filme em si, quando finalmente assisti no cinema. Não faltou vontade, pois achei o filme sensacional. Faltou coragem de comentar uma obra tão incrível.
Esta lista está diferente da Top Comentaristas da barra lateral, pois algumas pessoas assinaram seus comentários com nomes diferentes ou sem fazer o login do blogger. Aqui, a contagem foi manual.
"Ai, esse curta é tão tocante e tão triste que até falta espaço pra sua beleza... Dá vontade de chorar..." (Natália Alem - 12/02/08, 20:14)
Esta foi uma escolha difícil, pois algumas pessoas deixaram comentários muito emocionantes aqui no blog. No entanto, optei por deixar fora da competição os comentários que referiam-se diretamente a mim ou à mooz e considerei apenas os comentários feitos sobre os trabalhos postados.
Este ano tive 102 comentários (sem contar os que eu mesmo fiz) em 124 posts. Os comentários foram feitos por 30 pessoas diferentes. É um número baixo, principalmente levando em consideração as 4.691 visitas que recebi de 2.585 pessoas diferentes. Espero que 2009 seja um ano mais movimentado em relação a comentários.
Fazer este post foi perfeito para relembrar tudo que vi e mostrei em 2008 e para perceber a dedicação e seriedade com que tratei este blog. Estou orgulhoso do resultado e certo de que A Prancheta terá muito chão pela frente. Feliz natal e um bom ano para todos.
Once (2006) é um drama irlandês sobre música e amor, dirigido por John Carney e estrelado pelos músicos Glen Hansard e Markéta Irglová. O filme conta a história de um cantor de rua, que torna-se parceiro musical de uma imigrante tcheca e mostra os dois compondo, ensaiando, gravando suas músicas e descobrindo um amor lindo e complicado. Tudo é mostrado de maneira simples e muito real, sem glamour nem delírios cinematográficos, mas com muita sensibilidade. É uma das histórias de amor mais bonitas que vi no cinema, justamente por aproximar-se tanto da realidade. Impossível não acabar o filme com um sorriso no rosto ou lágrimas nos olhos. Eu trago um sorriso bobo só de lembrar.
Apesar de ser considerado um "musical", reluto em classificá-lo assim. Em Once, as personagens não explodem a cantar seus diálogos sem motivo. Ao contrário, as músicas são sempre trabalhadas como canções reais e tocadas durante o filme, mostrando o drama pessoal e as desilusões amorosas que as inspiraram. Os atores são os compositores de toda a trilha sonora, que é incrível. Glen Hansard (da banda The Frames) e Markéta Irglová são parceiros desde antes do filme. Os dois lançaram juntos, em 2006, um álbum chamado The Swell Season.
Meu primeiro contato com o filme foi em 2007, quando descobri a música Falling Slowly (que daria a Once o Oscar de melhor canção). Já na primeira vez que ouvi, gostei muitíssimo e baixei o disco completo. Apesar disso, dei pouca atenção às outras cancões do álbum e passei algumas semanas ouvindo Falling Slowly repetidamente até o disco cair no esquecimento dos meus 36gb de música. Alguns meses depois, veio o Oscar e Once ficou em evidência. Muito se falou na época, vi algumas sequências e fiquei interessado em assisti-lo. Mas foi apenas na semana passada que finalmente o fiz. Agora não consigo parar de ouvir a trilha.
Veja abaixo o trailer do filme e em seguida a cena em que tocam Falling Slowly.
Agradecimento especial a Rick Monteiro, que me fez assistir ao filme depois de muita enrolação.
Tentei em vão rastrear a origem dessa série de pôsteres que achei no FFFFOUND!, mas vale a pena postá-los mesmo assim. São pôsteres dos filmes Os Incríveis e Ratatouille, bem humorados e com ilustrações muito bacanas.
O estilo das ilustrações e da tipografia lembra muito os cartazes de cinema dos anos 60, embora sejam, obviamente, muito mais modernos.
Depois de oito meses d'A Prancheta, finalmente cheguei ao centésimo post e para não passar em branco, decidi fazer algo especial. Convidei nove dentre vários amigos que admiro para contribuírem num post antológico comemorativo (hehehe).
As indicações abaixo não estão dentro dos temas que normalmente abordo aqui no blog, pois deixei que cada um escrevesse sobre o que quisesse, o que torna este post ainda mais legal. Bem, sem mais enrolação, fiquem com o Post 100.
ANA MARIA BIANCHI
¨Eu indico um filme e uma pessoa... O filme é O Povo Brasileiro e a pessoa é o antropólogo Darcy Ribeiro. O filme foi baseado na obra dele 'O Povo Brasileiro' que traz um histórico da formação do nosso povo, estruturado nas matrizes do índio, do negro e do português e posteriormente se transformando e se formando com outros europeus, com o caipira, o sertanejo e por aí vai. Uma das frases que Darcy nos fala no filme e que me marcou e me inspira muito é 'A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que queremos'."
O filme está completo no YouTube, e aqui vai a primeira parte, a Matriz Tupi A.
CECÍLIA JÁCOME
"Esses dias descobri por acaso a estilista inglesa Jenny Packham. Apesar de ela já estar fazendo sucesso no jet set holywoodiano, ainda não tinha ouvido falar nela... Dei de cara com os looks do último desfile na London Fashion Week que foi há 2 semanas atrás. Fiquei apaixonada por tudo que vi ... quem sabe um dia uso um desses!"
DANIEL EDMUNDSON
"É complicado pensar em apenas uma referência FODA. Bem, decidi que minha indicação seria a revista Beast, do designer alemão THS. Essa revista mudou a minha vida. Me lembro de quando a ficava vendo com Inoue, uma revista com ilustrações e projeto gráfico como nunca tinha visto antes.
A idéia, desde o início, era ter 12 edições, cada uma com um tema diferente e ilustrações do próprio THS e de convidados. Assim fui conhecendo nomes do design mundial como Eduardo Recife. Quando o projeto estava perto de acabar, lá pela nona edição, fui ficando nervoso. Não queria que aquilo acabasse, achava burrice e até injusto! Foi Inoue que me ajudou a perceber que regras são necessárias e isso se mostrou muito forte nessa revista completamente louca. O próprio criador disse que a força da revista estava exatamente nisso: ela teria um começo, um meio e um fim. Isso é genial.
Além das ilustrações maravilhosas e das “regras” do projeto gráfico ela tinha um humor incrível. O próprio designer criou uma personagem que era “inimigo” da revista: o Hans, um publicitário bem sucedido que ficava mandando postcards das suas viagens pelo mundo tirando onda da Beast. Ele chegou a criar uma edição inteira diagramada pelo Hans (a número 10) e uma campanha contra a revista. Vale a pena ler todas, na ordem cronológica para entender melhor essa personagem.
O ar de descuido da revista é totalmente proposital, tudo tem o seu lugar e é muito bem pensado. Vale a pena baixar todas e guardar. Por isso, pra mim, a Beast é a melhor referência de todos os tempos. Alguns anos depois, é possível ver um pouco dessa referência nas revistas produzidas pela mooz (Coquetel Molotov 1, 2 e 3 / Revista da AMPLA 9 e 10 / Vacatussa 2ois e tr3s)."
DANIEL PINHEIRO
"Duda, que desafio do caralho. Eu realmente fiquei embananado com isso. Tem coisa demais na internet, referência demais, assuntos bons pra caralho pra tratar. Fica difícil escolher uma única coisa fuderosamente fuderosa. Ultimamente, eu acho que uma das coisas que mais me impressionou foi esse treco aí do vídeo acima, Sketch Furniture by FRONT. Nem sei se é verdade, mas prefiro acreditar. Caralho. Já imaginasse véio? Desse jeito, eu vou conseguir desenhar qualquer merda porra, que vira verdade. Daqui a pouco o cara faz a própria mulher, que nem naquele filme. Que negócio foda do cacete. Tu já deve conhecer. Mas saca aí."
GUSTAVO GUSMÃO
"Depois de muito pensar sobre o assunto (mentira!) eu decidi compartilhar com vocês um blog que me caiu como uma inspiração divina nesses tempos de crise mundial, alta do dólar e falta de higiene pessoal. Tô falando do Meu Nome ainda é Regina. Acessei o blog hoje pela primeira vez, apesar de raulzito sempre me mandar entrar, mas eu ficava ignorando, até que cedi à pressão. Leiam, divirtam-se e façam sua higiene íntima direitinho (isso não é problema, porque a Regina é craque nisso... ela dá altos toques)."
HEITOR FREITAS
"Descobrir essa moça foi um presente do destino. Ela é dona de um sensibilidade que, por incrível que pareça, ultrapassa o seu nível técnico; e tem uma musicalidade que é coisa de outro mundo.
Bem, ninguém sabia da existência dela aqui em recife. Agora umas 67 pessoas já tiveram o enorme prazer de ouvi-la graças a mim. Por isso eu tô adorando a oportunidade de participar desse post comemorativo. Agora mais e mais pessoas poderão se deliciar com essa japinha marota. Com vocês: Hiromi Uehara."
LUANDA BARROS
"Mãe, eu quero brócolis.
Nessa fase mãe em tempo integral todo dia eu descubro uma coisa nova. Gente, é inacreditável a quantidade de coisas que existem para mães e crianças. Na internet é possivel encontrar de um tudo: desde serviços inusitados como uma troca de mães, para quem precisa deixar os filhos sob os cuidados de outras pessoas, até... as bento box. No bom português, são marmitas, mas os japoneses transformaram esses recipientes em divertidas caixinhas que deixam qualquer comida com cara de brincadeira.
Espero que o João fique inspirado e peça brócolis na sua lancheira da escola."
MARINA PONTUAL
"Em uma das minhas intermináveis 'cavuscadas' no ffffound, fui quase hipnotizada por essa imagem:
Num primeiro momento, achei q fosse uma ilustração. Mas para minha grata surpresa, ao clicar e ver a foto ampliada, me deparei com uma fotografia de uma escultura feita somente de papéis coloridos, da artista americana Jen Stark. Fiquei fascinada pelo efeito volumétrico, pela perspectiva, pelo colorido... Enfim, amor à primeira vista!
Resolvi entrar no site da artista e me deparei com uma exposição repleta de esculturas com o mesmo tema, usando o mesmo material, mas criando formas, volumes e sensações diversas e indescritíveis. A habilidade com os papéis, a genialidade das formas, o colorido das esculturas me deixaram encantada e completamente perplexa. Os trabalhos são carregados, simultaneamente, de uma simplicidade óbvia e de uma complexidade indecifrável.
E para um deleite ainda maior, a artista também encanta pelas ilustrações belíssimas, orgânicas e coloridíssimas. Acho que grande parte do meu fascínio pelo trabalho de Jen se deve ao incansável colorido que ela aplica às suas criações. Digo isso porque as cores e suas combinações sempre me fascinaram muito, desde muito nova... Me lembro perfeitamente de que quando era criança cheguei a criar uma 'sociedade das cores' na minha cabeça, onde existia toda uma hierarquia de importância, idade e nível social e cada cor tinha sua personalidade, suas aspirações, assim como também existia toda uma gama de relacionamentos entre as mesmas. Com tanto fascínio pelo 'colorful', na vida passada eu devo ter sido uma militante do movimento gay de São Francisco! Hehehehehe..."
NATÁLIA ALEM
"Eu pensei um bocado na tarefa que Duda incumbiu a mim e decidi que queria falar de beleza. De como apenas olhar aquilo que é belo nos dá prazer. Mas eu queria mais. Eu queria falar da beleza além dos padrões socialmente estabelecidos. Eu sei que tem toda aquela conversa de que a beleza é aquilo que nós aprendemos a enxergar como belo e tal, e daí eu queria fazer um convite pra que, por um instante, a gente se libertasse desse conceito pré-estabelecido do que é belo e experimentasse olhar com olhos livres pras coisas ao nosso redor. Queria convidar a uma tentativa de enxergar aquela beleza cujo conceito nasceu conosco, com cada um de nós e, por ser um conceito tão pulverizado e íntimo, acaba menosprezado e esquecido, numa espécie de padronização do que pode ser visto como belo ou não.
Enfim, o convite é pra que cada um experimente a si próprio e busque, sem preconceitos, enxergar a beleza ao seu redor. E aí eu trago aqui um site que eu conheço há muitos anos e considero fodíssimo, um dos maiores (se não for o maior) sites de modificação corporal que há: BMEzine.com. E então eu questiono qual a diferença entre um implante nos seios ou na bunda e um implante em qualquer outra parte do corpo? Qual a diferença entre uma maquiagem definitiva e uma tatuagem no rosto? E qual é a das unhas postiças, por favor? Tudo isso retrata a busca do belo, a realização pessoal. A diferença, a meu ver, é o padrão socialmente difundido e estabelecido de beleza. E eu adoraria que cada um de nós realizasse um verdadeiro exercício de individualidade e liberdade e experimentasse buscar em si aquilo que pode enxergar como sendo belo, sem amarras ou preconceitos. Queria, simplesmente, que vocês tentassem entender que há quem ache beleza em tantas outras coisas que vale a pena cada um de nós procurar por ela. E que ninguém mais precisa achar belo, além de nós. A beleza, como já diz o ditado, está nos olhos de quem vê."